O secretário municipal de Educação de São Paulo, Bruno Caetano, anunciou hoje que 14 escolas da rede municipal irão reabrir em 19 de outubro, data oferecida pela Prefeitura como uma segunda fase para a adesão ao oferecimento de atividades não curriculares de maneira presencial.
Desde 7 de outubro, colégios públicos e privados da capital paulista podem receber alunos presencialmente, mas apenas para a realização de atividades extracurriculares (como aulas de dança, línguas ou música, por exemplo) e de acolhimento. Nesta primeira janela de adesão, apenas uma escola municipal decidiu voltar a abrir as portas.
"A Prefeitura de São Paulo tem a segunda janela possível de reabertura de escolas, de modo que no dia 19 de outubro devemos ter 15 escolas públicas municipais reabrindo. Essas escolas manifestaram interesse ouvindo seus conselhos na última semana e passaremos a ter então outras 14 escolas, sendo 15 ao todo", explicou Caetano durante entrevista coletiva virtual.
Na última semana, o CEI (Centro de Educação Infantil) Penha Bom Jesus, no bairro da Penha, Zona Leste de São Paulo, foi o único a receber crianças na quarta-feira (7), para quando estava marcado o retorno das atividades extracurriculares tanto na rede pública como privada da capital. A creche tem 121 alunos, mas apenas seis.
Aulas regulares
Ainda não há definição sobre a retomada das aulas regulares nas escolas públicas e particulares da capital, previsto para novembro. Era esperado que a Prefeitura anunciasse alguma decisão hoje, mas o prefeito Bruno Covas (PSDB) declarou que o anúncio será feito na semana que vem.
Covas disse que a administração municipal quer esperar os primeiros resultados de um censo sorológico que promete incluir todos os alunos e professores da rede municipal.
Mesmo avaliando que a cidade apresenta uma boa evolução da pandemia de coronavírus, com índices em queda, o receio é de que a volta às aulas presenciais possa provocar uma nova onda de casos. A hipótese vem sendo reforçada por análises de inquéritos sorológicos já realizados na cidade com crianças e adultos.
"Esse é o cerne da preocupação da volta às aulas em São Paulo. É exatamente essa a questão que fez com que até agora a prefeitura restringisse", afirmou Covas quando perguntando sobre a possibilidade de crianças assintomáticas espalharem o vírus para seus familiares.
"Estamos falando da possibilidade dessas crianças levaram a doença para dentro de casa. O inquérito mostra a quantidade grande de crianças que moram em residências com pessoas com mais de 60 anos de idade", completou o prefeito paulistano, lembrando também um dos grupos de risco da covid-19.
Inquérito sorológico
Os anúncios sobre a volta das atividades escolares foram feitos junto à divulgação da quarta etapa de um inquérito sorológico realizado com os alunos da capital. Pela segunda vez, foram testados não só alunos da rede municipal, mas também estudantes de colégios particulares e privados da cidade de São Paulo. Ao todo, 6 mil estudantes participaram desta fase do inquérito.
Os dados mostraram um aumento na taxa de infecção dos alunos da rede privada. Na etapa anterior, esse percentual era de 9,7%, passando agora para 12,6%. Entre alunos da rede municipal, a taxa de infecção encontrada foi de 17,6%. Já entre os estudantes da rede estadual, o percentual foi de 15,4%.
Entre os alunos testados e que tiveram a covid-19, 6.
Entre os alunos testados e que tiveram a covid-19, 64,9% deles foram assintomáticos. Essa taxa é ainda maior quando se olha apenas para os estudantes da rede municipal: 71,3% dos alunos testados tiveram a doença e não apresentaram sintomas.
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