Hélio Bacha, consultor da Sociedade de Infectologia, vê na volta às aulas em São Paulo um risco para toda a população
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O médico infectologista Hélio Bacha considera que a volta às aulas nesse momento coloca toda a sociedade em risco
São Paulo – “A epidemia em São Paulo não permite pensar em volta às aulas.” A afirmação é do doutor em infectologia Hélio Bacha, médico do Hospital Albert Einstein e consultor técnico da Sociedade Brasileira de Infectologia. Segundo Bacha, sem vacina e nem medicamento eficaz, o isolamento social é a única medida efetiva de controle da pandemia. E a suspensão das aulas presenciais “é fundamental para manter a condição de isolamento eficaz”.
“Eu não sei quando vai reabrir (as escolas). Mas sei que agora não deve. Nessa condição de agora, até acenar com a possibilidade de reabertura em setembro é uma sinalização equivocada para a sociedade. Certamente as UTIs estão em níveis melhores, mas a epidemia ainda está ativa”, defende.
Segundo dados do governo João Doria (PSDB), a educação em São Paulo envolve 13,3 milhões de pessoas, entre estudantes, professores e outros trabalhadores. Esse total corresponde a 32% da população do estado. Destes, 2,3 milhões estão na educação infantil, 7,6 milhões nos ensinos fundamental e médio, 2 milhões no ensino superior, 1 milhão na educação complementar e 428 mil no ensino profissional. Bacha ressalta que é preciso considerar que todas essas pessoas vão circular também no transporte coletivo, nas ruas e, depois, voltar para casa.
“Poleiros”
“Temos que saber como aquela população chega à escola, qual o impacto no transporte coletivo. O transporte é uma grande dificuldade dessa condição atual, com a volta às aulas em São Paulo. A presença de professores e alunos não diz respeito apenas ao prédio da escola, é uma ameaça a todos”, afirmou Bacha, em audiência pública virtual, realizada nesta terça-feira (28) pela Assembleia Legislativa, por iniciativa dos deputados petistas Professora Bebel e Emídio de Souza.