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Reabertura de parques é precipitada, mesmo com restrições, avalia especialista

Os espaços públicos de lazer serão reabertos a partir desta segunda-feira (13) no estado de São Paulo

A exemplo de outros estados no país, a partir desta segunda-feira (13), parques do estado de São Paulo serão reabertos à população. Conforme anunciado pelo governo estadual na última sexta-feira, a reabertura irá contemplar, inicialmente, nove dos 16 parques públicos estaduais. Haverá restrição de horário de funcionamento e regras específicas para a retomada das atividades.

Na quinta-feira (9), o prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), já havia anunciado que 70 parques municipais também serão reabertos, em horário reduzido e com 40% de suas capacidade.

Haverá controle na entrada dos parques, será obrigatória a utilização de máscara e os bebedouros estarão fechados por orientação da Vigilância Sanitária.

Em alguns parques que possuem áreas gramadas, há projeto de marcação para que o distanciamento social seja cumprido.

As medidas restritivas de prevenção ao contágio e propagação do vírus, no entanto, são consideradas pouco eficazes pelo médico pneumologista Alberto Araújo. Ele avalia que a reabertura está, como um todo, sendo precipitada.

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O especialista pondera que se, por um lado, voltar a frequentar áreas verdes, alivia a tensão e angústia geradas por longo período de confinamento, por outro, há riscos presumíveis que as pessoas não devem correr neste momento. Entre eles o uso de espaços coletivos fechados, como os banheiros, e a aglomeração pela exposição próxima nos gramados. Segundo ele, a marcação por spray pouco adiantará se o parque estiver lotado.

“Um parque não dá para ter o tratamento de um restaurante. Há, ainda, o fato do uso das pistas para as caminhadas e corridas, e que uma parte considerável acaba desprezando o uso da máscara respiratória por se sentir sufocada”, adverte o médico.

Governo atropela plano de reabertura

A reabertura dos parques contraria a expectativa estipulada inicialmente pelo próprio Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, que previa a retomada do equipamentos apenas na fase azul, última etapa de contenção da pandemia, quando o cenário já pudesse ser considerado “controlado”.

A previsão de reabertura pode ser vista em documento emitido pelo Comitê em maio deste ano. Conforme informou o coordenador do Centro de Contingência, Carlos Carvalho, na época, os espaços públicos seriam os últimos a serem reabertos devido à dificuldade de se controlar o distanciamento das pessoas em áreas muito grandes.

O slide do documento que ilustrava a progressão da abertura de diferentes setores da sociedade, conforme as fases criadas, não consta mais no documento atual.

Previsão de reabertura por fases conforme o documento 'Plano São Paulo', emitido em maio deste ano / Reprodução

O descomprometimento com as orientações do Comitê de Contingência não aconteceu apenas desta vez. Primeiro, foi a própria abertura, que passou a vigorar mesmo não cumprindo os critérios que haviam sido estipulados: a diminuição do número de infectados durante duas semanas consecutivas, que a taxa de ocupação de leitos UTI fosse no máximo de 60%, e que o isolamento social fosse de 55%.

Nos últimos sete dias, a taxa de ocupação dos leitos na capital ficou na casa de 66%, segundo boletim diário divulgado pela Prefeitura. Já o índice de isolamento social na cidade de São Paulo tem sido, em média, de 47%, conforme indica o Sistema de Monitoramento Inteligente do governo estadual.

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Para Alberto Araújo, o argumento que justifica a reabertura, que diz que enquanto haja disponibilidade de leitos para o tratamento dos casos graves da covid-19, a taxa de contaminação estaria estabilizada, contradiz a diretriz da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Não se sustenta ante o iminente aumento do número de novos casos que estas medidas poderão acarretar.”

Funcionamento com restrições

Segundo protocolo anunciado pelo governo do estado, os procedimentos de higienização e distanciamento social estarão sob responsabilidade dos visitantes, e a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente vai monitorar as atividades e comportamento da população nos espaços durante as primeiras semanas para deliberar sobre a abertura integral.

Dentro do perímetro dos parques será obrigatório o uso de máscara e as atividades autorizadas serão apenas individuais, como corridas, caminhadas e ciclismo. Locais de alimentação estarão abertos mas deverão seguir as regras específicas do setor e haverá totens com álcool gel em pontos estratégicos. Espaços fechados como bibliotecas, salas de atividades, museus e orquidários permanecerão com restrição.

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Alguns parques, como os do Jaraguá e da Cantareira (Núcleo Pedra Grande), poderão ser visitados mediante agendamento com antecedência de 24 horas pelo site da Fundação Florestal. A orientação é que os parques funcionam com o limite de 30% de sua capacidade.

Parques como Zoológico, Zoo Safari e Jardim Botânico estarão abertos de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h; sábados, domingos e feriados das 9h às 16h, com restrição de 50% de capacidade. Para visitação ao Zoo Safari, o serviço de vans estará suspenso e será permitido uso apenas de veículos particulares. O uso de máscaras também será obrigatório e para o acesso de veículos, haverá desinfecção das rodas na portaria.

Sem necessidade de agendamento:

  • Água Branca

  • Villa-Lobos

  • Cândido Portinari

  • Parque Ecológico do Tietê

Com necessidade de agendamento e com restrição a 30% de sua capacidade

  • Cantareira

  • Jaraguá

Funcionamento de segunda a sexta das 10h às 16h; e sábados, domingos e feriados das 9h às 16h e com restrição a 50% de sua capacidade

  • Jardim Botânico

  • Parque Zoológico de São Paulo

  • Zoo Safári

Parques municipais

Estão neste primeiro grupo 59 parques urbanos e lineares: Jardim da Luz, Aclimação, Independência, Buenos Aires, Ibirapuera, Cemucam, Alfredo Volpi, Carmo, Piqueri, Vila dos Remédios, Anhanguera, São Domingos, Raposo Tavares, Lions Clube Tucuruvi, Raul Seixas, Santa Amélia, Burle Marx, Eucaliptos, Chácara das Flores, Tiquatira – Eng. Werner Zulauf, Ipiranguinha, Trote, Parelheiros, Povo – Mario Pimenta Camargo, Vila Prudente – Ecológico Prof. Lydia Natalízio Diogo, Rapadura, Itaim, Fogo, São José, Sapé, Água Vermelha, Aricanduva, Vila do Rodeio, Consciência Negra, Jardim Sapopemba, Sena, Ten. Brig. Faria Lima, Juliana de Carvalho Torres – Cohab Raposo Tavares, Zilda Arns, Lajeado – Izaura Pereira Franzolin, Canivete, M’Boi Mirim, Barragem de Guarapiranga, Ciência, Mongaguá, Rio Verde, Ribeirão Caulim, Ribeirão Cocaia, Cantinho do céu, Sete Campos, Jardim Prainha, Guabirobeira – Mombaça, Jardim da Conquista, Ribeirão Oratório, Sapopemba (Aterro), Feitiço da Vila, Chácara do Jockey e Jardim das Perdizes. O Parque Nair Bello, em Itaquera, será entregue nos próximos dias.

Cinco parques naturais municipais abrirão apenas durante um dia na semana, das 10h às 16h. São eles: PNMs Jaceguava (segunda-feira); Itaim (terça-feira), Fazenda do Carmo (terça-feira), Varginha (quarta-feira) e Bororé (quinta-feira). As unidades permanecerão fechadas de sexta a domingo.

Alguns parques terão acesso concedido apenas para fins de pesquisa, mediante agendamento. São as unidades: PNM Cratera de Colônia: Reserva do Morumbi, Quississana, Ecológico de Campo Cerrado Alfred Ústeri, Savoy City e Altos da Baronesa.

Nesta sexta-feira (10) o governo de São Paulo também anunciou a prorrogação da quarentena obrigatória no estado até o dia 30 de julho e atualizou a situação das regiões no plano. Conforme dados deste domingo (12) do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), atualmente o estado contabiliza 371.997 casos e 17.848 de mortos pela covid-19.

Edição: Geisa Marques

 

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