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3 meses após lei do auxílio de R$ 600, há desempregados e mães sem nada


O auxílio emergencial, como o nome sugere, foi criado em 2 de abril para ser uma ajuda financeira rápida à população mais vulnerável durante a crise do coronavírus. No entanto, passados três meses desde que a lei do auxílio foi publicada, há muitos brasileiros que ainda não receberam um centavo.

O governo teve que montar às pressas um sistema capaz de analisar registros de emprego, renda média, composição familiar, cadastros em programas sociais e outras informações que definem quem pode receber as parcelas de R$ 600 ou R$ 1.200. Mas os bancos de dados não deram conta da realidade.

Por um lado, pessoas que não precisavam do auxílio acabaram recebendo o dinheiro —às vezes por erros de processamento, outras por fraude. Enquanto isso, gente que sofre com desemprego e falta de renda acabou ficando de fora.

Na última quinta-feira (2), acabou o prazo para se cadastrar no programa. Quem continua com o pedido em análise ainda tem alguma esperança de ser aprovado. Mesmo que isso aconteça, o auxílio não terá cumprido seu papel emergencial.

Confira a seguir alguns relatos

"Todos já receberam, eu ainda não"

Jucyara Ferrari, de 32 anos, se inscreveu para o auxílio emergencial em 7 de abril, logo no primeiro dia em que o aplicativo da Caixa foi disponibilizado.

Até hoje, seu cadastro não foi aprovado porque, segundo a análise da empresa pública federal Dataprev, outros membros da família já recebem o auxílio.

Mas Jucyara mora em Jequié (BA) com a mãe, pensionista do INSS, com o irmão, aposentado por invalidez, e com o sobrinho menor de idade. Nenhum deles recebe o auxílio ou poderia receber, já que não se enquadram nos requisitos legais.

Nesses meses de espera, Jucyara ajudou vizinhos a preencherem o cadastro da Caixa. "Todos eles já receberam, eu ainda não."

 

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