Francisco afirma que não é hora de baixar a guarda contra coronavírus e lamentou mortos na América Latina
Papa Francisco reza, nesta sexta (27), em resposta à pandemia do coronavírus, diante da praça São Pedro vazia VINCENZO PINTO/AFP
Neste domingo (7), o papa Francisco fez uma referência ao número de mortes provocadas pelo coronavírus no Brasil durante a cerimônia do Ângelus, tradicional oração católica em louvor à Virgem Maria e ao momento da concepção de Jesus.
A centenas de pessoas que recebiam a bênção na praça de São Pedro, Francisco apontou que a Covid-19 continua fazendo muitas vítimas, "especialmente na América Latina". "Na última sexta-feira, em um país, uma morte por minuto! Terrível!"
Embora não tenha citado nominalmente o Brasil, o papa fez referência à marca de 1.473 mortes em um período de 24 horas, alcançada pelo país na última quinta (4), exatos cem dias após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no país.
Também na quinta-feira, o Brasil cruzou a marca de 34 mil mortes em decorrência da Covid-19 e superou a Itália, um dos países que simbolizou a tragédia da pandemia e quarta no ranking de óbitos causados pela doença no mundo.
Até a manhã deste domingo (7), em que o número de mortos no Brasil pelo coronavírus é de 35.930, apenas os Estados Unidos, com 109 mil mortes, e o Reino Unido, com 40,5 mil, estão à frente.
Aos italianos, Francisco pediu que não baixem a guarda contra o coronavírus agora que as taxas de infecção caíram.
"Sejam cuidadosos. Não cantem vitória cedo demais", disse o líder católico em resposta aos aplausos da multidão quando disse que a presença dos fiéis era um sinal de que a Itália havia superado a fase mais aguda da pandemia.
Em março, o papa chegou a conduzir sozinho uma bênção pela luta contra o coronavírus diante de uma praça São Pedro completamente vazia.
A Itália ocupa o quarto lugar, logo atrás do Brasil, entre os países com mais mortes por coronavírus. Até este domingo, foram registrados quase 34 mil óbitos no país.
O número de mortes diárias caiu de quase 1.000, no auge da pandemia, para 72 no sábado (6). A Itália entrou na fase mais recente de uma redução de restrições no último dia 3, quando as pessoas foram autorizadas a viajar novamente entre as regiões do país.
No entanto, alguns italianos, principalmente os mais jovens, desrespeitam as regras sobre distanciamento social e uso de máscaras em locais públicos. Autoridades alertam para o perigo de uma segunda onda.
"Ainda temos que seguir as regras", disse Francisco aos fiéis. "Graças a Deus, estamos deixando a pior parte, mas sempre obedecendo às regras estipuladas pelas autoridades."