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Promotoria abre investigação sobre possíveis irregularidades no monotrilho de SP

Linha está parada desde dia 29; órgão oficiou presidente do Metrô e empresas responsáveis

SÃO PAULO

O Ministério Público abriu nesta quarta-feira (11) investigação civil para apurar a paralisação da circulação dos trens da linha 15-Prata do metrô.

O monotrilho é uma espécie de trem com rodas que anda sobre uma estrutura elevada e é operado pelo Metrô, companhia estadual sob a gestão João Doria (PSDB). A linha está parada desde o dia 29 de fevereiro, quando um problema que afetou os pneus do monotrilho.

Em média, 68 mil passageiros andam por dia útil na linha, que liga a Vila Prudente a São Mateus, na zona leste.

O inquérito foi aberto pelo promotor Silvio Antonio Marques, a partir de representação dos deputados estaduais Paulo Fiorilo e José Américo, ambos do PT. O promotor afirma que quer apurar "possível irregularidade na interrupção da circulação dos trens" por "apresentarem falhas graves nos conjuntos de pneus, colocando usuários da região leste da capital em risco".

Marques expediu ofícios para a Secretaria de Transportes Metropolitanos, ao consórcio Expresso Monotrilho Leste e à Bombardier, além do próprio Metrô.

Marques faz uma série de questionamentos à companhia estadual, como motivos da paralisação e gastos com a linha.

Entre os motivos elencados para a abertura da apuração, estão "falhas [que] prejudicaram e ainda prejudicam a prestação de serviços de transporte, o que, inclusive, ocasionou o estoura de 5 pneus da composição M20, na estação Jardim Planalto, às 6h40, do dia 27/2/2020, e a colisão entre 2 trens, um originário do pátio e outro que deixava a Estação Oratório na manhã do dia 28/2/2020".

O documento também cita o preço da obra: "foi anunciado o investimento de R$ 2,8 bilhões, mas valor total gasto até o momento atinge quase R$ 5,5 bilhões, sendo que a data de entrega ainda foi adiada por diversas vezes". Além disso, cita que a linha lidera o ranking daquelas que apresentam problemas, "havendo informações de que em 28 dias de operação, no mês de janeiro de 2020, somente em 76,4% do tempo funcionou normalmente".

O promotor marcou oitiva com o presidente do Metrô, Silvani Alves Pereira.

O atual secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, afirma que vai cobrar o prejuízo das construtoras da linha, estimado em R$ 1 milhão por dia parado, além de um dano de imagem ainda a ser calculado.

Baldy também disse que o governo vai pedir que as empresas sejam consideradas inidôneas e assim impedidas de celebrar novos contratos com o poder público. Na semana passada, fabricantes não responderam à reportagem.

Os dois deputados que fizeram a representação devem fazer vistoria na linha 15 nesta quinta-feira (12).

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