Pesquisa do Ibope e encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostra que 32% avaliam o governo de Jair Bolsonaro como bom ou ótimo. Outros 32% acham que o governo é regular; 32% responderam péssimo ou ruim; e 3% não souberam responder.
O estudo (íntegra) foi divulgado nesta 5ª feira (27.jun.2019). O levantamento foi realizado de 20 a 26 de junho de 2019. Foram ouvidas 2.000 pessoas em 126 cidades em todo país.
A pesquisa mostra uma queda de 17 pontos percentuais na popularidade da gestão desde janeiro, quando estava em 49%.
Quando se leva em conta a margem de erro (2 pontos percentuais, para mais ou para menos), nota-se que há uma tendência de estabilização nas curvas de aprovação (bom e ótimo) e regular desde março. As variações nos últimos meses foram todas dentro da margem de erro. Ou seja, a rigor, do ponto de vista estatístico ficou tudo igual.
Eis os números:
A diferença que se pode notar é a curva dos que consideram o governo ruim ou péssimo (a taxa de rejeição). Nesse grupo há de fato uma trajetória ascendente a cada novo levantamento. Também é notável a queda na curva dos que dizem não ter opinião sobre a administração de Bolsonaro.
Basicamente, o que isso quer dizer? Duas coisas:
teoria dos 3 grupos – marqueteiros políticos sempre defenderam a tese de que o eleitorado do Brasil é dividido em 3 grupos: os de esquerda, os de direita e os de centro. Duda Mendonça (que ajudou a eleger Lula presidente em 2002) propagava essa argumentação. O PT e Lula teriam historicamente perto de 30% dos votos. Se o petismo atraísse mais 20% do centro para seu projeto, venceria a eleição (e foi isso o que se sucedeu). Hoje, o cenário do Ibope mostra exatamente essa divisão, com os grupos demográficos que aprovam, rejeitam ou são neutros sobre Bolsonaro terem exatamente o mesmo percentual, de 32% cada 1;
fim da indiferença – com o governo midiático e muito presente nas mídias sociais, poucos brasileiros hoje estão indiferentes. Só 3% dizem não ter opinião sobre o administração federal.
Eis outros pontos da pesquisa:
apoio forte no Sul: a região se consolidou como a de maior popularidade do presidente Bolsonaro. É a única onde mais de 50% da população avalia o governo como bom ou ótimo. De abril a junho, a aprovação subiu de 44% para 52% no Sul;
confiança do governo: 51% dos entrevistados não confiam no presidente, ante 45% em abril. Segundo a pesquisa, 46% confiam e 3% não souberam responder;
maneira de governar: a desaprovação na forma como Bolsonaro conduz o governo subiu 40% para 48%, alta de 8 pontos percentuais em relação a abril. Outros 46% aprovam; 5% não souberam responder;
noticiário sobre o governo: as notícias que mais lembram o governo são relacionadas à reforma da Previdência (13%), o decreto sobre a posse e porte de armas (10%) e os vazamentos de conversas de Sergio Moro e procuradores da Lava Jato (8%);
noticiário negativo: para 45% dos entrevistados, as notícias sobre o governo são desfavoráveis; 20% mais favoráveis; 25% nem favoráveis, nem desfavoráveis; e 11% não souberam responder
áreas de atuação: combate ao desemprego, saúde e impostos foram os temas com aumento significativo da desaprovação. O setor melhor avaliado é a segurança pública;
educação: o maior crescimento da insatisfação em relação ao governo é na área de educação. O percentual dos que desaprovam a atuação nessa área subiu 10 pontos percentuais, de 44% para 54%, e o percentual dos que aprovam caíram de 51% para 42% em relação ao último estudo.